"neste poema juvenil disse: esqueci-me dos
valores da ciência, por ti, das palavras que
se deviam maiusculizar de todas as vezes
em que se dizem, se pensam. num poema
juvenil disse: não vou voltar a casa para
o jantar, abro uma janela e vejo a sua
guilhotina aniquilar pássaros e insectos."
no intervalo de lavar a louça ouço tudo
e não posso responder nada. tenho um
mapa para as pernas doentes. a boca fala
limão, como o detergente da louça, sem
amoníaco, para que não nos intoxiquemos de
respirar. não volto para jantar, a janela
juvenil deste poema é uma guilhotina no
meu pescoço de pássaro, de insecto.
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