16.9.12

um

a rebentação do mar
(isto é, as tuas costas
onde desembocam as
pernas)
ensurdece-me depressa.
a tua boca existe para
calar a minha boca,
para completar os meus
lábios e os meus dentes,
falo a tua língua, a
tua língua ensurdece-me
para que não pense em
feridas, em pus, em
linfa.
os dedos tornam-se estames
musicais de flores nervosas.

No comments: