30.3.16

a nível de trabalho ao fim-de-semana

dança com os mortos das fotografias, pergunta-lhes quantos
dias lhes durava uma onça de tabaco (30g), a que
cafés iam e com quem conversavam.
não é para todos, entender a linguagem dos mortos,
compreender o que responder; é necessário um grau
de loucura que quase toque no limiar da estupidez:
é necessária a idiotice. a barba e o cabelo dos
mortos é o que resta.
nem caroços da maçã do corpo, nem nada. quartos
vazios, estruturas do que foram camas, traças no
que outrora foram lençóis.
noutro texto disse
"nenhum morto sabe dizer 'lençóis', quando falares,
diz antes 'cobertas'."

No comments: