18.5.15

desumanização

que a casa nos caia então sobre as cabeças
e cada centímetro de nós esmagado sob as ruínas
arda sem voz, um palácio de ossos e de
oxigénio a ser consumido, não termos servido
nenhum propósito agora que as corças correm
tão distantes dentro das florestas escuras,
a única luz um par de olhos animais e
a casa derrubada sobre nós, incandescente,
um espaço onde fomos e tivemos mas
agora apenas uma gramática rudimentar
de memórias que não alimentam nenhuma
biologia que se possa conceber.

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