7.1.13

o leite que profanámos coalhou

meu amor,
gostava de te
guardar
como uma serpente
que guardasse
um bicho de conta
ao sol
enrolados
um no outro
e em nós mesmos
tudo frio
mas o sol
no sangue
ou por fora
de um exoesqueleto
que nos proteja de todo
o mal do mundo
e dos outros.
e dar-te o meu
corpo sintonizado
com o mundo
real e pernas
que andem
braços que peguem
olhos que
vejam.
uma boca que fale
e que beije
com carinho
as omoplatas
as unhas
e unhas que nunca
morram
que aumentem
sob o solo
no fim.

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