19.2.14

para a nova carne

as pessoas na rua evitam-na, o carrinho de bebé vazio e
velho, com as rodas desalinhadas e perras, a levá-la
numa viagem estranha, falando para o nada dentro das
mantas e do lixo, com um garfo cravado no pescoço e
a aspergir sangue doente para cima das pedras e dos
animais mas não das pessoas - as pessoas são inteligentes,
evitam, fogem desses baptismos horríveis, lavam
as mãos com desinfectante e
no fim de cagar poupam as florestas e enxaguam
o cu no bidé com aguinha morna e sabonete.

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