25.2.13

um último suspiro cansado e com pus nas costas

para a Sara

a culpa é-nos tão fria nos dentes mas
não é minha se antes te deram coisas
tão vagas tão incapazes
meu amor
se foste um animal que me fugiu por
entre os dedos por entre a culpa nos
dentes e se corres agora pelos arbustos
incendiando tudo à passagem ao contacto
com os teus cabelos com as tuas costas
com as tuas coxas violentas de mulher
adulta. à distância vejo sem analisar
com um cigarro a nascer-me dos beiços
dos lábios no meu país de loucura onde
sei este futuro como uma coisa só minha
e lamento a imbecilidade de que te quiseste
rodear com vista a poderes sobreviver.

No comments: