o aspersor abre-se ruidoso
como uma flor de água
cancerosa e parada
um olho
mamã
um olho como o
do cu
rodando sobre si mesmo
como uma cama de
incesto eléctrico
um cancro
mãe
um cancro de paus
batendo no sotaque
do sono
na luz da solidão
está escuro e ouço a água
rodopiando na relva
e corro como um cão
na relva
à procura da água
do cancro
de uma flor aberta
no olho
do cu
com que morrer lentamente
com que fechar a porta
do poema
e deixar só um tapete a dizer
bem vindo
para quem quiser ou
precisar
de limpar os pés a seguir
porque temos de limpar
os pés no fim de andar
na rua e entrar
em casa
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